Por - Miguel do Rosário
Não fosse o
humor negro dos internautas, há muito a política brasileira teria se tornado
insuportável.
O leitor José
Alcy Nobre, por exemplo, fez um comentário engraçado, apesar de sombrio: “Se
Youssef abrir o bico e falar de alguém do PSDB irá cumprir sentença na
Indonésia.”
Pois é.
É engraçado,
mas é sério.
É a mais triste
e dura verdade.
Aliás, isso me
lembra uma matéria que li ontem no Liberación, de Paris, sobre a mídia grega.
A matéria dizia
que a imprensa grega é repleta de escândalos políticos, mas sempre de um lado
só, sempre contra o mesmo grupo político contra o qual ela faz oposição.
No contexto de
forte polarização ideológica que vive a Grécia, é fácil supor que a sua mídia
defende os mais ricos e atacam qualquer político, mesmo de direita, que ouse se
aproximar da classe trabalhadora.
É o que
acontece no Brasil.
A mídia é
versátil.
Quando um líder
da esquerda se afasta da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a
blindá-lo.
Quando um líder
da direita se aproxima da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a
atacá-lo.
E assim ela vai
posando de imparcial.
O problema da
nossa mídia, além da parcialidade, é o monopólio. É termos as mesmas empresas
que controlam os principais jornais ocupando também a tv, o rádio, os canais
fechados, cinema, revistas e livros.
Com esse poder,
a mídia consegue manipular tudo.
A Lava Jato,
por exemplo.
Trata-se de uma
investigação importante, que pode nos ajudar muito a lutar contra uma corrupção
que vem desde Pedro Alvares Cabral.
Mas a mídia,
com seu pensamento fixo de envolver Dirceu, Lula e Dilma, com seu histerismo
manipulativo, põe tudo a perder. Transforma tudo num circo de horrores que não
gera resultado nenhum.
Youssef, por
exemplo, foi, durante toda a sua vida, operador para o PSDB. Conhece a fundo as
histórias de lavagem de dinheiro, caixa 2 e sonegação fiscal de políticos tucanos
e empresas que bancavam o partido.
Mas a mídia só
quer saber do PT. E o Ministério Público, que deveria ser imparcial e evitar se
imiscuir na vida política do país, acaba entrando no jogo das paixões
partidárias.
É uma pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário