sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

JE SUIS CHARLIE

por Mario Alberto

Alguém já deve ter feito essa. Ou usado o mesmo conceito. Mas, sinceramente, acho que, no momento, isso não é o mais importante.

Desde ontem, essa tragédia não sai da minha cabeça, mas não consegui me manifestar graficamente antes porque estou longe pacas de casa, fora do país, longe da minha “trincheira” e das minhas “armas” do dia-a-dia. Estou de férias da minha luta, do meu trabalho, mas o meu trabalho não está de férias de mim e eu não conseguiria passar mais uma noite sem engrossar o coro.

O que aconteceu não tem a ver com deus, qualquer um deles, ou religião. Tem a ver com pessoas. Apesar de pessoas matarem acreditando que estão fazendo isso em honra da sua religião, não é a religião que mata. São as pessoas, mesmo que essas pessoas não estejam nem perto de perceber isso.

Destruir é fácil, construir é que é difícil. “Construir” destruindo não é construir, é apenas destruir. Creiam ou não.

De qualquer forma, a sensação que fica, a única sensação que pode ficar, é que aqueles que estão por aqui para construir não podem retroceder ou se render diante da violência dos que vêm para destruir. E não podem se render não porque são corajosos, bravos e audazes. Não irão retroceder simplesmente porque continuar construindo é a única opção.


Eu também sou Charlie.

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