Por Rodrigo Vianna, em seu blog:
O Brasil já teve sua “República dos Bacharéis”. Durante a
primeira fase republicana (1889-1930), o ambiente político era dominado pelo
vocabulário jurídico e recheado de frases pomposas em latim – forjadas nas
“Academias” de Direito (especialmente, a Faculdade do Largo São Francisco, em
São Paulo).
Era um saber disponível para poucos. Era a marca distintiva
do poder.
Numa aproximação simplista, penso nos bacharéis e suas
frases barrocas ao deparar-me com o ambiente que vai dominando o debate
político no Brasil nesse início do segundo mandato de Dilma. Em vez de
“República dos Bacharéis”, vivemos sob uma espécie de “República dos Economistas”.
Reparem nos símbolos, nas operações poucos sutis –
escancaradas pela capa de “Veja”. A revista conservadora paulista contrapõe
Dilma e Joaquim Levy, sob o título: “O Poder e o Saber”. É como se a
legitimidade não estivesse nas mãos de quem elegemos pelo voto. Mas no “saber”
de poucos escolhidos – que sabem adotar a “verdadeira” cartilha econômica.
É um saber disponível para poucos. É a marca distintiva do
poder.
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