Por Miguel do Rosário
Outro dia, o juiz Sergio Moro disse que a corrupção vai além
da Petrobrás.
Que novidade.
Há corrupção, excelentíssimo, em toda a parte, inclusive aí
no governo do Paraná, onde a sua mulher trabalha.
Inclusive no Judiciário, onde o senhor trabalha.
O que estamos assistindo, neste momento, é a tentativa da
“República do Paraná” e da mídia de transformar a Lava Jato numa grande CPI do
fim do mundo.
O que é a melhor maneira de melar a investigação.
Investigação sobre tudo é a mesma coisa que investigação
sobre nada.
A notícia da Folha é um exemplo disso. O chapéu da matéria é
“Escândalo da Petrobrás”.
A matéria, no entanto, não tem nada a ver com a Petrobrás.
Trata de um bilhetinho, não mostrado na reportagem, de um
empreiteiro.
A matéria diz que o bilhete trata de “lobby” para “pôr de
pé” o projeto do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Traz fotos de Lula, Sergio Cabral e Eduardo Paes.
Não há menção a nenhum crime.
A menos que, como crime, entenda-se a construção de um
porto.
A imprensa brasileira está fazendo com os empreiteiros o
mesmo que fez com Marcos Valério, o “operador do mensalão”.
Valério passou a vida inteira operando para os tucanos. A
DNA tinha contratos com o Banco do Brasil desde 1994, e vinha se consolidando
como a principal agência de publicidade de Minas Gerais. Sempre operando junto
aos governos e estatais tucanas.
Operava para Daniel Dantas e para as empresas de telefonia
privatizadas por FHC, controladas por Dantas.
Era um herói.
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