"A maioria trabalhadora, honesta, que conta os trocados para sustentar a família, não tem nenhum tipo de conivência com roubalheiras", diz o jornalista Ricardo Melo. "Mas, da mesma forma, não imagina gente como Aécio Neves, José Serra (que declarou em alto e bom som considerar cartel uma coisa normal) ou Fernando Henrique (que conquistou a reeleição na base do dinheiro vivo) no papel de guardiões da honestidade", completa
247 - O jornalista Ricardo Mello, colunista da Folha de S.
Paulo, denuncia as manobras para contestar o segundo mandato da presidente
Dilma Rousseff, no artigo A farsa do impeachment.
Segundo ele, os esquemas das empreiteiras vêm de muito mais
tempo. "O que está exposto à execração pública não é a ação de uma
camarilha isolada. É o envolvimento do "crème de la crème" do
empresariado local – e internacional – com práticas de achaque ao Estado",
diz ele. "Nem o tucano mais inflamado, no íntimo, acredita que o esquema
começou com administrações petistas. O inquérito sobre a bandalheira no sistema
de transporte de São Paulo fala por si só. A operação Castelo de Areia,
interrompida por chicanas jurídicas, também ilustra a promiscuidade entre os
senhores do dinheiro e os negócios de Estado – seja quem for o gerente de
plantão."
Ele também nega que o brasileiro esteja tolerante com a
corrupção, mas afirma que os brasileiros não aceitam mais hipocrisia.
"Alguém poderia achar que o resultado indica que o brasileiro se acostumou
com o "rouba mas faz". Nada disso. A maioria trabalhadora, honesta,
que conta os trocados para sustentar a família, não tem nenhum tipo de
conivência com roubalheiras", afirma Mello. "Mas, da mesma forma, não
imagina gente como Aécio Neves, José Serra (que declarou em alto e bom som
considerar cartel uma coisa normal) ou Fernando Henrique (que conquistou a
reeleição na base do dinheiro vivo) no papel de guardiões da honestidade."
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