Já são passados vinte anos que
Colbert Martins deixou o nosso convívio. Na segunda-feira, 7 de novembro de
1994, pouco antes do meio dia, primeiro na TV Subaé e em seguida pelas
emissoras de rádio, a triste notícia do seu falecimento. No dia seguinte o
jornal Feira Hoje retratou na manchete o que acontecia na cidade: “Feira chora
a morte de Colbert”.
Na Prefeitura e na Assembléia
Colbert nunca admitiu as pessoas fazendo fila junto o seu gabinete. As portas
estavam sempre abertas e às vezes conversava com todos ao mesmo tempo. Mas no
entardecer daquela segunda-feira, 7, ele não pode evitar as pessoas fazendo
filas quilométricas para o último adeus ao “prefeito da gente”.
Colbert disputou sete eleições e
venceu todas: foi eleito vereador três vezes, deputado duas vezes e prefeito
também em duas oportunidades. Sua ultima disputa eleitoral foi em 1988 quando
retornou a Prefeitura.
Naquele ano a campanha passou a
contar com o horário eleitoral gratuito também na televisão, graças a
inauguração na TV Subaé. Ao longo dela, na telinha e principalmente no contato direto com o povo,
de improviso e já em cadeira de
rodas, mensagens sinceras do saudoso Colbert.
Eis algumas:
“Eu jamais falharei ao povo
humilde de minha terra”.
“Eu quero dizer a vocês e a toda
sociedade de Feira e do Brasil: há um ser limitado que passa os seus momentos,
talvez sem as suas pernas, um amor sem limite de todos nós para a criança que
vai crescer e vai ter igualdade com toda a sociedade brasileira”.
“E me perguntaram aonde é que
está a força, decisão, coragem, raça? Onde é que está a disposição de Colbert
Martins? Aqui na sua frente, na sua cara, nos seus olhos, nas suas vontades. Aí
é que está a minha força. Nem sequer
estou olhando pra cadeira de rodas, nem estou ligando para isto”.
“Neste instante em que a gente
sente que essa mocidade demonstra a sua rebeldia, porque nós entendemos que
mocidade sem rebeldia é velhice precoce.
E eu quero, mocidade, a sua rebeldia! Eu preciso do seu calor, eu preciso da
sua emoção, dessa mocidade que não tem limites. Não há limites pra juventude”.
“Honestidade é um dever do
político. Não se entende um político que tenha se conduzido mal quando dirigiu
a coisa pública”.
‘É como se diz: essa campanha é
caso de amor entre mim e Feira de Santana”.
(Adilson Simas - texto atualizado)
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