Por Andre Borges Lopes
1) No final de 2009, encerramento do segundo mandato do
presidente Lula, o governo federal apresentou a terceira versão do Programa
Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), dando continuidade ao trabalho realizado
nas gestões tucanas de FHC (PNDH-1 e PNDH-2). A terceira versão mudava a
abrangência do conceito de "direitos humanos" e dava continuidade à
investigação e reparação dos crimes da ditadura de 1964 (já iniciada nas
versões anteriores) e ampliava a discussão sobre a democratização dos meios de
comunicação.
Em ano eleitoral, a direita hidrófoba e seus porta-vozes na
grande mídia viram no anúncio do PNDH-3 uma chance de botar as manguinhas de
fora, acusando o governo petista de promover o revanchismo e a vingança contra
os militares que "impediram o Brasil de se tornar uma nova Cuba". De
quebra, faziam confusão de má fé entre democratização da mídia e censura à
imprensa.
Nesse momento, o PSDB teve uma inédita oportunidade
histórica de marcar claramente sua posição como o partido de uma nova direita
liberal no Brasil. Sem ter esqueletos no armário ou qualquer compromisso com a
velha ditadura (contra a qual os tucanos combateram, muitos deles com bravura)
podia ter dito claramente: não nos confundam com essa gente. Afirmar seu apoio
(mesmo que com críticas) ao PNDH, iniciado por eles mesmos, não representaria
alinhamento com o governo petista. Seria simplesmente reafirmar seu compromisso
com a democracia e seu repúdio à ditadura e às intervenções militares. CONTINUE LENDO
Nenhum comentário:
Postar um comentário