Terminou nesta sexta-feira (7), a 9ª Feira do Semiárido, evento que reuniu mais de 600 pessoas de diversos municípios baianos e de outros estados no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Mais uma vez, a participação, os debates, a diversidade de produtos e de apresentações culturais foram os pontos positivos, conforme afirmou a coordenadora do evento, a professora Sandra Nívea Soares de Oliveira.
Tendo como objetivo central a apresentação e discussão de
alternativas para melhorar a qualidade de vida da população de uma das regiões
mais castigadas pela seca, a Feira do Semiárido também debateu temas que
interessam a outras comunidades. Exemplo disso foi a roda de prosa “Agrotóxico:
O veneno que nós comemos”, realizada na tarde de quinta-feira (6), com a
participação do engenheiro ambiental Derlan Queiroz e do professor do curso de
Engenharia de Alimentos da Uefs, Pablo Fica Piras.
No debate, foram
expostas situações como o impacto crônico dos agrotóxicos na saúde da
população. Eles citaram que experiências dão indícios de que, em ratos, a
substância etileno-bis-ditiocarbamato de zinco e manganês, um defensivo
agrícola bastante utilizado, provoca aumento na incidência de tumores malignos
mamários. “Os trabalhadores rurais e suas famílias, empregados nos latifúndios
ou vizinhos dos fazendeiros que aspergem os produtos, estão sujeitos aos
impactos mais agudos”, alertou Pablo Fica Piras.
Durante os quatro dias do evento, expositores estiveram
presentes levando ao público produtos de vários cantos da Bahia. O produtor
rural Thilson Prates, que é de Itabuna, expôs produtos derivados do cacau, como
tabletes e licor de chocolate. “Esta é a primeira vez que participamos da Feira
do Semiárido. O evento é muito bom e, com certeza, estaremos aqui nas próximas
edições”, garantiu.
Também marcaram presença os índios da tribo Kiriri, da
região de Ribeira do Pombal. Vestidos a caráter, o grupo chamou a atenção dos
visitantes e fez bons negócios na Feira do Semiárido. “Nossos produtos foram
bem aceitos pelas pessoas, vendemos bem”, comemorou a índia Maycu.
O evento, executado pela Pró-reitoria de Extensão da
Uefs, contribui para a autonomia
política, cultural e econômica frente aos desafios socioambientais,
socioculturais, além de apontar possibilidades de emancipação para o
desenvolvimento do semiárido.
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