Por Fernando Brito
O governador Geraldo
Alckmin saiu hoje do encontro com a Presidenta Dilma Rousseff anunciando que
pede ao Governo Federal um aporte de R$ 3,5 bilhões para obras de melhoria no
fornecimento de água para São Paulo.
E é claro que o Governo Federal deve apoiar com todos os
meios possíveis nos projetos que forem tecnicamente corretos e socialmente
relevantes.
Mas o pedido do Governador expõe uma questão vexatória.
É que a Sabesp, empresa de água e esgoto do Estado
distribuiu como lucro a seus acionistas – aqui e nos EUA – nada menos que R$
3,8 bilhões, apenas nos dois últimos anos.
Foi o que registrou, em março deste ano, o jornal Valor
Econômico.
Sinal de que sua capacidade de investir tinha folga,
sobretudo quando se trata de uma empresa que, ao contrário de outras, não pode,
em caso de necessidade, “comprar” no mercado o produto essencial de suas
atividades: água potável.
Até porque é escandaloso o que a Sabesp “investiu” em
publicidade durante a “preparação” da candidatura José Serra. Em 2009 e 2010
foram gastos pela empresa, respectivamente, R$ 246,7 milhões e R$ 217 milhões.
Corrigidos como se fossem empréstimos apenas à taxa Selic, perto de R$ 700
milhões em valores de hoje.
Dados do insuspeito Estadão, insuspeito de “petismos
bolivarianos”.
No preço de varejo, o suficiente para comprar 2 bilhões de
litros de água mineral para os paulistanos, com entrega domiciliar.
Claro que os paulistanos têm de ser socorridos.
Mas que a Sabesp tem de parrar de jorrar dinheiro pelo
ladrão, passou da hora.
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