Por Fernando Brito
A pior decisão que alguém pode tomar, na política ou em
qualquer área da vida é tentar ser diferente do que sempre foi.
Aécio Neves está se lambuzando neste erro, ao proclamar-se o
feroz “general da oposição”.
Não foi como homem feroz, mas jeitoso, que se fez presidente
da Câmara, nem governador de Minas e muito menos que se habilitou ao posto de
candidato a Presidente, lugar que Serra acabou tendo de deixar pela rejeição
estigmatizante que reuniu em 2010.
Aécio, confiante nos seus tempos de praia, espera surfar a
“onda” de oposicionismo histérico construída pela mídia a partir de uma guerra
econômica prolongada e de um caso de polícia
e bandido, cuja alimentação seletiva feita por um grupo de policiais e
promotores, com o beneplácito de um juiz de primeira instância que se candidata
a Joaquim Barbosa II.
Se fosse mesmo observador, ainda que de praia, Aécio saberia
que ondas não apenas passam como, muitas vezes, “enchem”: perdem a força e não
levam o surfista a lugar nenhum.
O tucano está cometendo um erro crasso em política e em
marketing: o da superexposição.
E o da superexposição pelo radicalismo, o que é ainda pior,
porque lhe transmite um ar de inconformismo pós-eleitoral.
De pouco ou nada adianta que formalmente diga que não se
vincula aos que pregam golpe militar e impeachment se, nas reuniões e
manifestações da intolerância é o “rei dos coxinhas”.
Convenhamos: Aécio não tem densidade política para ver-se
como um Napoleão no exílio, cuja volta as massas exigirão.
Ninguém sem o porte de um estadista – o que absolutamente
lhe falta – consegue se manter candidato por quatro anos. CONTINUE LENDO
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