J. Carlos de Assis
O peso relativo no noticiário da Globo da advertência da ONU
sobre o clima
No Fantástico de domingo, o noticiário sobre as preocupantes
conclusões do Painel Climático da ONU sobre as consequências do aquecimento
global provocado principalmente por emissões de CO2 na atmosfera, basicamente a
partir de carvão e petróleo, não levaram mais que dois minutos. Aproximadamente
um quinto dos cerca de dez minutos, ou quase isso, dedicados ao Halowen, uma
festa infantil norte-americana que a Globo tenta promover aqui a todo custo.
A razão subliminar disso é o indisfarçável alinhamento da Globo
às forças de direita norte-americana, chefiadas sobretudo pelo Wall Street
Journal, que negam sistematicamente, a despeito das evidências contrárias, a
contribuição antrópica ao aquecimento global. A menção aos Estados Unidos como
os maiores poluentes do mundo foi ligeira, sem qualquer esforço jornalístico
para esclarecer responsabilidades e o próprio conflito interno com o grande
capital na disputa pelo enfrentamento de um problema que é de sobrevivência de
toda a humanidade. É para isso que temos liberdade de imprensa: o sagrado
direito constitucional da omissão e da superficialidade via ondas
eletrodomésticas sob concessão do Estado!
J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe/UFRJ,professor de Economia Internacional da UEPB.
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