quarta-feira, 22 de outubro de 2014

LUTA DE CLASSES DARÁ VITÓRIA A DILMA

por Breno Altman

O que estamos assistindo na campanha presidencial, nos últimos dias, é a consolidação do voto, de lado a lado, a partir de interesses, realidades e valores próprios ao lugar que pertence cada eleitor na sociedade.

Esse movimento pode ser percebido nas ruas e é detectado pelas pesquisas eleitorais. Os trabalhadores, as camadas médias e os setores abastados estão cristalizando suas posições.

A candidatura petista, antes majoritária apenas entre os que possuem renda familiar de até dois salários mínimos e no Norte-Nordeste, já avança para ser favorita também entre os que recebem de 1,5 mil a 3,6 mil reais, além de lograr expressiva recuperação no Sudeste.

O candidato tucano caminha para ficar retido nos andares superiores da pirâmide, entre os que possuem renda acima de cinco salários mínimos. Ainda é favorito no Sul, no Centro-Oeste e no Sudeste, mas corre o risco de terminar a peleja cercado na porção mais meridional do país e no eixo do agronegócio.

Esta inflexão começou há uma semana, quando o impacto dos resultados do dia 5 de outubro perdeu contundência.

A presidente e seu partido terminaram o primeiro turno aparentemente sitiados em sua fortaleza, entre os pobres da cidade e do campo.

Herdando a maior parte dos votos de Marina Silva, o postulante da direita ameaçava forjar aliança entre os setores mais ricos e as frações melhor remuneradas dos assalariados. Sinalizava que poderia seduzir o que certa literatura passou a chamar de nova classe média.

Esse cenário está sendo rompido. A campanha petista está a poucos passos de reconstruir um bloco popular suficientemente sólido para reeleger a atual governante e reduzir a influência hegemônica de seu adversário ao cantão da riqueza.


A conquista de maioria entres os dois grupos de renda inferior, além de atrair parcela expressiva no segmento entre 5 e 10 salários mínimos, concluirá a formação de uma frente classista imbatível.

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