Dilma em Caxias
22 de outubro de 2014 | 22:48
Por Fernando Brito
Assisti, impressionado, o programa de televisão de Aécio na
televisão, agora à noite.
Apelação e terrorismo puros.
Classifica tudo o que se diz dele, independentemente de
existirem fatos, documentos, provas, ata “mentiras” e “ataques ao meu nome
honrado”.
Foram longos cinco minutos de fala, onde ele se desenha como
vítima – curioso, tendo o mesmo tempo de televisão e toda a imprensa do seu
lado – e, ao final, chama, figurativamente (ainda bem) sua adversária para a
briga.
Entendo que sejam os sinais de desespero, com o nítido
isolamento em que sua candidatura entrou, murchando a olhos vistos.
Os atos convocados pelo alto comando tucano para hoje foram
pífios: reuniram mil pessoas, segundo estimativa da PM e gritavam, alucinados
“ei, Dilma, vai tomar no c…”. Os jornais, em geral, abafaram isso, pelo
desastre eleitoral que é… Mas o video
está lá, no UOL.
Nos outros estados, fracasso igual. Mesmo no comício em Belo
Horizonte, sua grande batalha, não conseguiu passar de 10 mil pessoas, também
na estimativa da polícia mineira.
O comando tucano está tonto com a queda de Aécio em São
Paulo, que vai apagando a esperança de fazerem uma vantagem gigante no Estado e
com o crescimento de Dilma no Rio de Janeiro, extremamente forte. Não posso
falar de Minas, pois não tenho informações, mas não acredito que a coisa esteja
bem para ele, por lá.
Ele está completamente atônito, tanto que aceitou fazer,
hoje, o que nenhum candidato minimamente lúcido faz, se espera vencer: posar de
vítima.
Mas Aécio faz pior: é a vítima raivosa, de olhos injetados e
feições duras, parecendo pronto para saltar ao pescoço.
Não dá para falar, por isso e infelizmente, no sucesso dos
atos de Dilma em Uberaba, Duque de Caxias (RJ) e na multidão que, mesmo sem
ela, lotou a Cinelândia, no Centro do Rio.
Aliás, em Caxias, ela carregava uma faixa que parece bem
adequada: “diga não à violência contra as mulheres”.
É mais importante que isso advertir que, do jeito que a
coisa está, é preciso precaução com o debate da Globo.
Aécio não irá para lá em seu equilíbrio normal.
Vai para o confronto, batendo na monocórdia tecla de que
criticá-lo é agressão e ofensa à sua honra e à dos mineiros.
E ditadura.
Porque democracia, ficou provado, para Aécio é não ser
questionado e falar sozinho.
Algo me diz que ele termina esta eleição assim, falando
sozinho.
E deixando um rastro de ódio e de selvageria numa parte da
sociedade.
PS. Mais tarde, em São Paulo, houve um comício com FHC e
Aécio. O tom foi o mesmo.
procurei e nao achei o video.
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