Por Urariano Mota
Eu já havia notado que o Jornal Nacional reflete um mundo que é desmontado entre caras e bocas,
em dramatização de telenovelas. Nele se chega ao ponto de uso de trilhas
sonoras, como todos devem lembrar das imagens editadas dos desastres e
tragédias de aviões. Planos, tomadas, cortes, luzes, a revolta dos passageiros,
a indignação dos parentes, uma teledramaturgia do horror.
Se assim é, “em dias normais”, e dias normais é frase entre
aspas, porque uma edição do JN é um capítulo de telenovela, imaginem em dias de
campanha eleitoral, a fase da vida brasileira onde todos os crimes são
possíveis e todas as canalhices se perdoam. Para não pensarem que falo em tese,
com ideias gerais, difamatórias, quero dizer, de denúncia, para usar uma
chamada típica do Jornal Nacional, tomo por exemplo a edição de ontem,
quinta-feira 11 de setembro de 2014.
Olhem, a escalada das manchetes era um programa eleitoral da oposição
Marina Silva ou Aécio Neves. Com aquela vinheta musical que é anúncio de
tragédias, em crescendo. Para quem é de Pernambuco, lembrava mais as manchetes
policiais do Repórter Bandeira 2. E atenção! Bumbo e bomba sobre o último
cadáver.
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