A julgar pelos números do manchetômetro da Uerj, o PT do marqueteiro João Santana terá sua revanche contra o Jornal Nacional, canhão do diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, a partir de 19 de agosto; com o início da propaganda eleitoral, a candidata Dilma Rousseff terá 11min48s às terças, quintas e sábados; de 1º de janeiro a 9 de agosto, JN exibiu 83 minutos de noticiário considerado desfavorável ao governo dela, contra 3 minutos positivos; programas dirigidos por Santana pretendem fazer frente ao tipo de jornalismo de Kamel; quem vencerá esse duelo eletrônico?
11 DE AGOSTO DE 2014 ÀS 13:43
247 – Um desforra está em curso na mídia eletrônica. Ela
coloca frente a frente o marqueteiro João Santana, do PT, e o jornalista Ali
Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo. O primeiro vai tentar recuperar o
terreno perdido para o segundo ao longo do ano. Desde 1º de janeiro até 9 de
agosto, conforme apurou o manchetômetro da UERJ, o JN exibiu nada menos que 83
minutos do seu noticiário a fatos considerados negativos para o governo. O
volume de notícias apontadas como positivos para a administração federal foi de
3 minutos. O critério de positivo e negativo foi estabelecido pelos próprios
pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A partir de 19 de agosto, quando começa o horário eleitoral
gratuito no rádio e televisão, a campanha eleitoral que Santana estará
dirigindo terá uma chance parecida com a desfrutada por Kamel até aqui. Para
fazer exatamente o contrário da pauta do JN, quer dizer, privilegiar os fatos
positivos para elevar a imagem da presidente Dilma Rousseff – e deixar de lado
o que é contra ela -, Santana terá 11min48s exclusivamente para si nos horários
dos candidatos a presidente, às terças, quintas e sábados.
Em blocos de 50 minutos cada um, o horário político irá das
13h00 às 13h50 e das 20h30 às 21h20. Na parte da noite, começará logo em
seguida ao Jornal Nacional. Nos últimos tempos, o noticioso que Kamel tem como
o maior canhão editorial da emissora dos três irmãos Marinho chegou a veicular
matéria de quase 9 minutos sobre os chamados mensaleiros do PT, por exemplo. Em
outras oportunidades, o placar de 82 minutos de notícias negativas para o
governo contra 3 minutos de fatos positivo já fala por si só.
No horário eleitoral gratuito, será simetricamente
diferente. O PT terá três vezes o tempo destinado a Aécio Neves, do PSDB, com
4min31s. E onze vezes além do espaço a ser ocupado por Eduardo Campos, do PSB.
Misturando o factual com o propagandístico, o hábil João Santana é a grande
esperança do PT de levar Dilma a alcançar os pontos que lhe faltam para uma
vitória em primeiro turno. As pesquisas apontam essa possibilidade, mas a
diferença vem se estreitando. Para tanto, é lícito avaliar que noticiários como
o do Jornal '82 a 3' Nacional contribuíram para barrar o crescimento de Dilma
nas pesquisas. A partir do dia 19 – e até 2 de outubro, quando o horário
político será encerrado --, Ali Kamel poderá assistir ao trabalho de João
Santana assim que o JN sair do ar, sempre nas noites de terças, quintas e
sábados.
O público vai julgar, com um novo equilíbrio de tempo, quem
faz melhor.
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