Por Fernando Brito
Existem, na mídia, raras figuras tão pouco decorosas quanto
Reinaldo Azevedo.
Ao ponto de ser chamado de “rotweiller” por colunistas que
partilham suas preferências políticas, como fez Miriam Leitão, repetindo as
palavras da ombudsman da Folha, quando esta se prestou ao papel de elevá-lo a
colunista.
E qualquer leitor sabe que Azevedo apoia vaias, xingamentos
e toda a sorte de agressões verbais quando se trata de desqualificar Dilma,
Lula e o que ele chama de “petralhas”.
Recomendo, por isso, que os leitores visitem a página – se
podemos chamá-la assim – que ele mantém na Veja. Ou melhor, em que a Veja o
mantém.
O mais grosseiro e desbocado áulico do tucanato clama por
decoro, tendo como segunda voz o não menos “danilo gentili” Rodrigo
Constantino.
O que isso significa?
Como íntimo das altas rodas do tucanato, Azevedo tem todos
os sinais de perigo de uma exclusão de Aécio do segundo turno.
É ainda pior: percebe que o terreno da indecisão, onde os
tucanos poderiam avançar estreitou-se, pela entronização de Marina como a
candidata da negação da política e do moralismo vazio.
E que, no povão, este terreno é fértil ao prestígio de Lula.
O objetivo de Azevedo é trabalhar para blindar o que Marina
poderia tirar de Aécio na parcela mais bem aquinhoada em nível de escolaridade
e renda.
É lá que trabalha o tucanato para deter Marina.
Não esperem ver coisa boa saindo daí.
Como observa o ótimo observador de pesquisas, calejado em
eleições, o meu amigo Hayle Gadelha:
“Posso estar enganado, mas acredito que brevemente a Globo
começará a reduzir o “efeito comoção”, para tentar repor Aécio no segundo
turno.”
Para usar o bordão do colunista Ancelmo Góis, quando
Reinaldo Azevedo apela para o decoro, é porque é grave a crise…
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