Por Wilson Ferreira
O “escândalo da fraude da Wikipédia” é a confirmação de que
nada mais resta para a grande mídia do que a bomba semiótica da não-noticia. Em
nova “denúncia” jornalistas Miriam Leitão e Carlos Sardenberg tiveram seus
perfis na enciclopédia virtual Wikipédia “fraudados” com a inserção de
difamações e críticas. E tudo teria partido do endereço virtual “da
presidência”... ou teria sido “do Palácio do Planalto”... ou, então, “de um
rede pública de wi fi?”. A ambiguidade dá pernas à não-notícia que revela um
insólito desdobramento de um jornalismo cuja fonte primária (a Wikipédia) nega
a si própria como fonte confiável de investigação. Abre uma surreal
possibilidade de um tipo de jornalismo que se basearia exclusivamente em fontes
onde o próprio repórter pode criá-las para turbinar a sua pauta. E de quebra
revela o momento autofágico da TV Globo que oferece suas próprias estrelas
jornalísticas em sacrifício no seu desespero de ter que lutar em duas frentes
simultâneas: a política e a audiência.
Estrelas do jornalismo global entregues ao sacrifício?
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