quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ESCRAVOS DO CELULAR?

Eliana Rezende

O tema é interessante e talvez por isso esteja na terceira pessoa.
Em maior ou menor grau estamos atropelados e invadidos pelos  meios de comunicação. Diferente do que ocorreu com o telefone fixo quando de seu surgimento, havia um "manual de uso e recomendações" sobre horários e situações.
O ilustrador americano J. J. Sedelmaier, que tem uma coleção das mais belas peças criadas pelo designer industrial Henry Dreyfuss, durante o longo reinado da Western Electric, Bell Telephone Company e AT&T, divulgou recentemente uma pequena preciosidade.
Trata-se do Manual confeccionado em 1950 pela Bell que ensinava o bê-a-bá a quem se iniciava no uso do telefone em casa. Uma delícia de lembrança de tempos idos. Confira:
O ritual de receber ou fazer uma ligação merecia horário e até uma mesinha de canto especial para o digno aparelho. A ligação era sempre recebida sentado e confortavelmente acomodado em uma cadeira ou poltrona. Nada merecia a interrupção da mesma, exceto por problemas de comunicação. Era usual o recolhimento de uma sala e uma porta fechada.  Tinha-se cuidado em não ligar em horários como almoço, jantar e nunca ligávamos após determinado horário.
Creio que não seja o caso de falar de um saudosismo sem sentido.
Talvez devamos pensar o quanto nossos hábitos foram transformados com uso de celulares.
Se tomarmos o exemplo do manual aqui apresentado, notamos o quanto nos afastamos do sentido de uso para alguns fins. Os telefones celulares invadem espaços públicos e muitas vezes nos "invadem" tornando pública a vivência e intimidade alheia.
A pergunta que fica é: será que com a aposentadoria do telefone com fio, todo o conjunto de boas maneiras também foi aposentado?
Óbvio que não estou aqui a divagar sobre um saudosismo sem sentido. Mas vamos lá:

Um comentário:

  1. a vida mudou, o celular tem mais importância que seres amáveis , que sempre estão a seu lado

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