Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Faustão é um fanfarrão. Com todo o respeito.
No último domingo, ele fez a propaganda de uma das ações
mais cínicas da Globo, o Criança Esperança, o triunfo do filantropismo
farisaico e oportunista.
Já escrevi uma vez e repito: muito melhor que fazer coisas
como o Criança Esperança é a Globo, simplesmente, pagar os impostos que sonega.
Faustão promoveu o Criança Esperança com argumentos tão
nocivos quanto o próprio programa.
“Você que paga imposto e sabe onde esse dinheiro vai parar,
aqui é diferente”, disse ele. “É tudo transparente.”
Ele estava afirmando que político é tudo ladrão, ou pelo
menos os deste governo.
É uma pregação que faz um enorme mal ao Brasil. Gera
descrédito no país e golpeia a auto-estima dos brasileiros.
Em sua falação desenfreada, Fausto Silva mostrou - ou fingiu
- ignorar os bilionários pecados de sua empresa no capítulo do pagamento dos
impostos devidos.
Ou foi má fé cínica ou miopia córnea, para usar a célebre
expressão de Eça.
O mais patético é que Fausto Silva, como um pastor
evangélico, se dirige aos brasileiros mais simples e mais vulneráveis à
manipulação que lhes tira dinheiro do bolso.
O Criança Esperança é uma beleza - para a Globo. Ela se faz
de generosa, não paga cachê aos artistas que participam e ainda arrecada
dinheiro com a publicidade que vende no programa.
A beneficência é apenas dos telespectadores que doam seus
parcos recursos.
O Brasil será um país melhor quando a Globo simplesmente
pagar os impostos que deveria pagar.
O resto, a começar pelo Criança Esperança, é blablablá
hipócrita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário