quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A EXPLORAÇÃO POLÍTICA DO CADÁVER DE EDUARDO CAMPOS

Por J. Carlos de Assis

 A exploração política do cadáver de Eduardo Campos mobilizando no limite extremo a emoção da sociedade brasileira, intensificada que foi por dias seguidos na televisão e nos jornais da grande mídia, sem qualquer informação nova, caminha por esgotar-se em si mesma. Afinal, para a maioria, antes do desastre ele era um homem comum morto num acidente aéreo. No Nordeste, sobretudo em Pernambuco, como herdeiro de Arraes firmou-se como um importante líder regional. A passagem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia no Governo Lula não deixou marca especial. As pesquisas de opinião lhe confinaram num modesto terceiro lugar nas intenções de voto.


A transformação do homem quase comum em mito reflete a obsessão da direita em derrotar Dilma. No último caso, garante-se um segundo turno. É por isso que o inexpressivo pastor Everaldo ganha espaço no Jornal Nacional. Seus 3% - talvez menos, depois do desastre de sua entrevista na terça-feira – pode ser a gota d'água que impeça a decisão no primeiro turno. Nesse caso, sendo Aécio ou Marina, o “sistema” tentará encurralar Dilma, seja para derrotá-la, seja para impor a ela compromissos inconfessáveis para se reeleger. Em qualquer hipótese fica a pergunta: qual será a relevância de Marina em todo o processo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário