quarta-feira, 7 de maio de 2014

VOCÊ ACREDITA O QUE LÊ NOS JORNAIS?

Por Venício A. de Lima,
no Observatório da Imprensa:

Credibilidade, no dicionário Aurélio, é a “qualidade do que é crível”, isto é, “que se pode crer, acreditável”. É uma construção, tanto para pessoas como para instituições e, claro, tem a ver com compromisso reiterado com a verdade e coerência, no longo prazo.

A palavra escrita (não necessariamente, impressa), no correr dos séculos, carrega com ela uma enorme credibilidade. Os judeus atribuem um valor mágico à escrita. A Palavra (“No princípio era o Verbo”) foi ditada diretamente de Deus a Moisés. Os muçulmanos têm a fórmula “Maktub” ou “Maktoob” (estava escrito) para justificar o destino. Tanto uns quanto os outros usam patuás ou amuletos (pequenas trouxas costuradas de couro ou pano) contendo trechos da Torá ou do Alcorão para proteção divina. Para a escola do positivismo jurídico, desde Bentham até Kelsen, vale a norma que está escrita. Os direitos só se efetivam se estiverem codificados, se forem escritos como leis. Ademais, o que está escrito pode ser mais facilmente confrontado com os fatos e, supõe-se, quem escreve não quer correr o risco de ser flagrado na mentira.


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