Por Bob Fernandes
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, diz
que o país vive "um apagão de gestão". E que "é preciso atenção
devida" aos escândalos na Petrobras.
A Petrobras será alvo de CPI, vem sendo investigada pela
Polícia Federal, Tribunal de Contas, Controladoria Geral da União e Ministério
Público. E está todos os dias nas manchetes, sob atenção total da Mídia.
Mais atenção, quase impossível. Atenção talvez seja preciso
em relação a Gilmar Mendes, suas ações, história e motivos.
O ministro é inteligente e sabe o que é fazer política. No
Palácio, como jurista, ele serviu aos governos Collor e Fernando Henrique
Cardoso.
Que atitude… o que disse Gilmar Mendes quanto à compra de
votos para aprovação da emenda da reeleição sob a presidência de Fernando
Henrique?
Da mesma forma em relação às fitas do BNDES e a privatização
do Sistema Telebras, que não foram objeto de qualquer CPI. Nem à época e nem
depois.
Gilmar concedeu dois habeas corpus a Daniel Dantas na
"Operação Satiagraha", em julho de 2008. É seu direito e parte da sua
função.
Não é sua função "chamar às falas" um presidente
da República, como anunciou ter feito naquele 2008.
O ministro foi ao presidente Lula cobrar escuta telefônica
que teria sido feita contra ele pela ABIN.
A história era ridícula. "Escândalo" com um grampo
telefônico que ninguém ouviu.
Grampo de ficção, que deixava bem na conversa Gilmar e seu
parceiro naquela história, o ex-senador Demóstenes Torres.
Aquele que foi esteio moral do DEM antes de ser cassado na
esteira do caso Cachoeira & Delta.
No chamado "mensalão do PT", Gilmar Mendes,
ministro do Supremo, prejulgou. Deu o veredicto, de "quadrilha",
antes do julgamento começar.
No caso Daniel Dantas, Gilmar protestou contra o
"Estado policial", simbolizado pelos grampos da PF.
Grampos estão sendo vazados no caso Petrobras. E o que se
ouve do mesmo ministro?…Silêncio no Tribunal.
O ministro faria bem ao Supremo e ao país se atendesse à sua
verdadeira vocação.
Como outros no Supremo Tribunal, Gilmar Mendes deveria
despir a toga e ir às urnas, disputar uma eleição, um mandato.
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