Luis Nassif
Não se sabe o que o candidato à presidência Eduardo Campos
pretende, ao prometer aumentar em 10 milhões de famílias o atendimento do Bolsa
Família. Atualmente, são atendidas 14,1 milhões de famílias, ou cerca de 51
milhões de pessoas.
A promessa, e as maneiras de viabilizar o projeto, são
inconsistentes.
A primeira inconsistência é a respeito desses 10 milhões de
famílias, ou 36 milhões de pessoas. Pelas estatísticas sociais, não existem 36
milhões adicionais, nem ao menos 10 milhões de pessoas na linha de miséria. Se
existissem seria um caso inédito de 86 milhões de brasileiros pobres, ou 43% da
população.
Depois do Bolsa Família, criou-se o Brasil Sem Miséria com a
chamada busca ativa de miseráveis. Conseguiu-se identificar apenas 1 milhão de
brasileiros, que foram incorporados ao Bolsa Família.
Acontece que existe um movimento de saída do BF, de famílias
que conseguiram ultrapassar a linha de pobreza que, na prática, se equivale aos
novos entrantes. Então há uma estabilização dos beneficiários em torno dos 14,1
milhões de famílias atuais. O que torna vazia a meta de 10 milhões de famílias
a mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário