Por Gerson Camarotti
Blog do Camarotti, G1
Fontes ouvidas pelo Blog sinalizam que a maioria dos
ministros do Supremo Tribunal Federal interpreta que a greve da Polícia Militar
é inconstitucional. Nos últimos dias, integrantes do Ministério Público Federal
fizeram consultas informais ao Judiciário para avaliar a situação, depois da
greve de policiais na Bahia. Essa posição deve ser verbalizada pela Suprema
Corte, caso haja recurso no STF por parte do principal líder da paralisação, o
soldado e vereador tucano, Marcos Prisco, que foi preso na tarde desta
sexta-feira.
Prisco foi apontado como o “cabeça” do movimento grevista.
Segundo o Ministério Público Federal, qualquer recurso contra sua detenção só
poderá ser ajuizado no STF. O MPF afirmou ainda em nota que Prisco é processado
por crime político grave e que a intenção do pedido de prisão à Justiça Federal
foi o de “garantir a ordem pública”.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também manteve
contatos frequentes nos últimos dias com integrantes do Judiciário, Ministério
Público Federal e do governo da Bahia. Havia um temor de que houvesse um
“efeito dominó” em outros estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco e São
Paulo, justamente na véspera da Copa do Mundo, o que poderia gerar no país um
clima de insegurança generalizado.
Por isso, segundo autoridades ouvidas pelo Blog, a prisão de
Prisco é classificada como “didática” e “pedagógica”. “Policial militar não faz
greve: o que aconteceu na Bahia foi uma insurreição, um motim”, resumiu uma
autoridade federal. Segundo essa fonte, a ação imediata do governador Jaques
Wagner (PT-BA) para esvaziar essa greve ajudou a conter que o movimento
ganhasse uma dimensão nacional, com potencial explosivo em outros estados.
Procurado pelo Blog, o governador Jaques Wagner disse que a prisão de Prisco foi um pedido do MPF e uma decisão da Justiça Federal. “O governo acolhe a decisão da Justiça federal”, ressaltou Wagner.
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