A Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente a queda de seis pontos nas intenções de votos na presidenta Dilma.
por: Saul Leblon
Por que o Datafolha não inclui em suas enquetes algumas perguntas destinadas a decifrar o modelo de
desenvolvimento intrínseco à aspiração mudancista majoritária na sociedade
brasileira, segundo o próprio Instituo?
Por que o Datafolha não pergunta claramente a esse clamor se
ele inclui em seu escopo de mudanças um
retorno às prioridades e políticas vigentes
quando o país era governado pelo PSDB, com a agenda que o dispositivo
midiático tenta restaurar com o lubrificante do alarmismo noticioso?
Não se trata de introduzir proselitismo nos questionários de
sondagem. É mais transparente do que
parece. E de pertinência jornalística tão óbvia que até espanta que ainda não
tenha sido feito.
Por exemplo, por que o Datafolha não promove uma simulação
que incluiria Fernando Henrique Cardoso e Lula
como candidatos teóricos e assim avalia as preferências entre os modelos
e ênfases de desenvolvimento que eles historicamente encarnam?
Por que o Datafolha
não pergunta claramente ao leitor se prefere a Petrobras --e o pré-sal, que é disso que se trata,
sejamos honestos-- em mãos brasileiras
ou fatiada e privatizada?
Por que o Datafolha não investiga quais políticas e decisões
estão associadas à preferência pelo petista que há 12 anos está sob bombardeio ininterrupto da mídia e, ainda
assim, conserva 52% das intenções de voto num país seviciado pelo monopólio
midiático?
Por que o jornal que é dono da pesquisa –em mais de um sentido-- não explicita em suas análises as relações (ostensivas) entre a resistência
heroica do recall desfrutado por Lula; o desejo majoritário de mudança na sociedade e o vexaminoso arrastar dos pés-de-chumbo do
conservadorismo, Aécio e Campos?
Por que a Folha reteve por 24 horas o dado capaz de
relativizar esmagadoramente o impacto da queda de seis pontos que teria marcado
as intenções de votos na presidenta Dilma –mas que ainda assim vence com folga
(38%) seus dois principais oponentes
juntos (26% de Aécio e Campos)?
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