Por Pisquilla
Hoje, ao passar defronte a um antiquário, vi uma cristaleira
quase idêntica a que a minha avó materna tinha no interior de Minas, lá pelas
bandas de Januária. Lembro como se fosse hoje: a cristaleira com o rádio Semp
em cima, o pote ao lado, marcando a divisa entre a copa e cozinha, com um pano
de prato de linho, alvo como açúcar, a cobrir a tampa e a concha que a gente
chamava de "pegador". Defronte
ficava a velha geladeira Frigidaire, mas sinceramente eu preferia tomar a água
fresquinha do pote, assim como preferia as guloseimas que a velhinha guardava
nas compotas dentro da cristaleira. Daquela cristaleira saía compotas de figo,
de casca de laranja, de goiaba, doce de
raspa de mamão verde, doce de buriti, doce de abóbora, licor de jenipapo, licor
de pequi e de jabuticaba. Por isso, o que mais gostava na cristaleira eram as
compoteiras e os licoreiros. Quantas lembranças... Obrigado cristaleira, de
repente você me fez lembrar a minha querida avó. Que Deus a tenha...
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