Autor: Fernando Brito
No interior de Pernambuco, há um médico para cada dois mil
habitantes.
Mesmo que consideremos que um médico do “Mais Médicos” atenda na mesma proporção de médicos
brasileiros, os 438 médicos do Programa Mais Médicos correspondem 872 mil pernambucanos.
Não é pouca coisa: mais de um décimo de toda a população do
Estado.
Mais, talvez, porque já fizeram 1,5 milhão de atendimentos,
desde que começaram a chegar, em setembro.
Mas o Governador Eduardo Campos diz que atender estes 872
mil pernambucanos sem médico ou com assistência precária como “uma coisa mais para fazer marketing que para trazer saúde ao povo” .
Mas porque Eduardo Campos estaria voltando as costas a este
quase um milhão de pernambucanos pobres, daqueles que era, pedra e cal,
eleitores do seu avô, o “Dr. Arraia”, na linguagem simples do homem do agreste?
Porque o Dr. Roberto Luiz d’Avila, presidente do Conselho
Federal de Medicina, sinalizou apoio à candidatura do governador de Pernambuco.
E o “Doutor CFM” está na Justiça para proibir que trabalhem
aqui os médicos estrangeiros – os cubanos, ah, os cubanos! – do Programa
Mais Médicos.
E o CFM pode lhe dar os votos de uma elite odienta e
babujante, que protesta contra a invasão cubana, que está dizimando as
lombrigas das crianças pobres do interior de Pernambuco, numa clara usurpação
das competências – incompetentes – da corporação médica brasileira.
Claro que podemos admitir estrangeiros controlando as
empresas de telefonia, ou que venham tirar nosso petróleo, nossos minérios,
mas…nossas lombrigas, não!
Ou vamos permitir que estes cubanos asquerosos e
despreparados receitem um vermífugo ou curem uma ferida infectada? No andar da
carruagem, daqui a pouco até vão querer tratar de tuberculose, pneumonia de
doença de Chagas…
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