Com a desistência de José Serra na véspera, Aécio tinha tudo
para fazer do lançamento de seu “pré-programa” de Governo um acontecimento.
Afinal, era o início do voo solo do candidato da maior força
de oposição do país, agora inconteste representante dos tucanos na disputa.
Tudo foi cuidadosamente montado, até o cenário parecido com
o de eventos eleitorais americanos.
E o resultado…Bem, o resultado você viu qual foi.
Ou melhor, não vou, porque não foi.
A ausência de uma menção sequer ao pré-sal, apontada por
Saul Leblon em texto indicado aqui, foi uma lacuna no meio do nada.
Até a Folha, que aplaude qualquer crítica ao atual governo,
tachou de “sem inspiração” a fala do mineiro.
Sorridente, arrumadinho, mas incapaz de fixar alguma ideia
na cabeça de alguém: pronto para o que disse ser esquecido em dez minutos.
E olhe que Dilma Rousseff e Eduardo Campos, adversários de
Aécio, não são propriamente donos de um desempenho pessoal de estrelas.
Aécio tem o discurso do velho, do passado, do pretender
apontar maravilhas num período do qual os brasileiros se recordam como
pesadelo.
Lembro-me do Tio Ivo, da vila de subúrbio onde passei minha
infância, que – cardíaco – jogava com a garotada de “beque parado” e delá nos
orientava, aos gritos. Dependendo de quem estivesse com a bola, no time
adversário, ouvíamos a sua voz: “larga, deixa sozinho que a Natureza marca”.
Aécio, sem adversários internos e assumindo um clima de amizade
ajantarada com Eduardo Campos, está sendo marcado pela natureza da tucanagem.
Eles não tem o que dizer ao Brasil.
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