Ministra Rosa Weber abre mão de decidir se Supremo Tribunal Federal deve ou não acatar denúncia de formação de cartel, quadrilha e corrupção ativa e passiva no escândalo Alstom-Siemens, ocorrido em São Paulo; estilhaços do caso acertam cúpula dos tucanos paulistas; secretários do governo Geraldo Alckmin, JEdson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia) são acusados formalmente, pelo Ministério Público, de terem recebido propinas; processo passou às mãos do ministro Marco Aurélio Mello, que já julgou recurso relacionado o caso; decisão dele vai apontar se políticos do PSDB paulista se tornarão réus no STF ou não
André Richter
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O inquérito sobre o suposto esquema de fraudes em
licitações no sistema de trens e metrô de São Paulo foi redistribuído para o
ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). No dia 12 de
dezembro, o processo foi remetido da Justiça Federal ao STF e a relatoria ficou
com a ministra Rosa Weber. No entanto, a ministra rejeitou o processo.
Após o processo ser distribuído para a ministra, ela mandou
os autos para o presidente do STF, Joaquim Barbosa, alegando que Marco Aurélio
deveria relatar o caso, devido a um pedido de acesso à investigação que foi
encaminhado ao ministro. Ao receber o pedido, Barbosa determinou que a ação
fosse redistribuída. De acordo com Regimento Interno do STF, um ministro fica
prevento (prevenido) para os demais processos sobre o mesmo assunto quando
analisa o primeiro pedido.
A investigação foi remetida ao Supremo por causa da inclusão
do nome do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) no inquérito. Como o
parlamentar tem foro privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo
STF. Além de Jardim, pelo menos nove envolvidos são investigados, entre eles
três secretários do estado de São Paulo.
Constam também no inquérito os nomes dos secretários
estaduais José Anibal (Energia); Edson Aparecido dos Santos (Casa Civil) e
Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Social). Os três são deputados federais
licenciados.
Os nomes de três ex-diretores da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM) também aparecem na investigação: João Roberto Zaniboni,
Ademir Venâncio de Araújo e Oliver Hossepian Salles de Lima. Duas pessoas
ligadas a Zaniboni também tiveram os nomes incluídos, assim como Arthur Gomes
Teixeira.
No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de
divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que
concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços,
formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes
públicos.
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