Em coluna natalina, neste 25 de dezembro, o jornalista Elio
Gaspari convoca protestos de rua para 2014. O panfleto está encartado na Folha
e assemelhados.
por: Saul Leblon
Em sua coluna natalina, neste 25 de dezembro de 2013, na Folha, o
jornalista Elio Gaspari convoca protestos de rua para 2014.
É a sua explícita contribuição à campanha conservadora no próximo ano.
‘Em 2014 vem prá rua voce também’, diz o título da coluna
que arremata com a seguinte exortação: ‘Em 2014 a turma que paga as contas irá
às urnas. Elas poderão ser um bom corretivo, mas a experiência deste ano que
está acabando mostra que surgiu outra forma de expressão, mais direta:
"Vem pra rua você também".
Gaspari engrossa o
coro daqueles que – a exemplo dele (leia
a análise de Antonio Lassance, nesta pág),
sabem que só o impulso de acontecimentos anormais pode devolver o poder
ao conservadorismo ao qual se filiam, nas eleições do próximo ano.
Reconheça-se no panfleto encartado na Folha o predicado da
coerência: Gaspari se mantém fiel à cepa na qual foi cevado e graças a qual
deixou o batente das redações para viver das memórias da ditadura.
O artigo é uma extensão
dessa trajetória.
É como se o autor psicografasse vozes e agendas às quais
serviu como uma tubulação expressa quando a ditadura militar agônica buscava
erguer a ponte dos anos 80, para trocar
o uniforme pela gravata, sem macular a essência do poder.
Gaspari, sub-chefão de Veja, então, ao lado de Roberto
Guzzo, aderiu ao esforço de erguer
linhas de passagem sem rupturas de destino.
Secretárias pressurosas emitiam a convocação em sustenidos
de urgência pelos corredores da revista
nos anos 80: 'Eliiooooo, o Heitor, o Heitor!.
Era algo religioso.
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