Por Fernando Brito
Vocês lembram que hoje de manhã os jornais - especialmente a
Folha e o Valor – já falavam em mudança da lei do petróleo, na onda do
“fracasso” do leilão de Libra?
De novo, a Reuters – uma das melhores, embora não tão
desinteressada, em cobertura do setor de petróleo – desnuda os interesses dos
“fracassistas”.
A agência traz matéria com o presidente do Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), que de brasileiro
só tem o nome, porque é composto de uma maioria real de empresas estrangeiras.
João Carlos de Luca presidiu a espanhola Repsol no Brasil, antes da China
assumir seu controle.
E o que ele diz?
Segundo a Reuters, ele defendeu nesta segunda-feira o fim da
obrigatoriedade da Petrobras como operadora única do pré-sal, até como forma de
acelerar a exploração da área com reservas gigantes de petróleo do país. “Tirar
essa obrigação vai ser um grande avanço”.
Como a iniciativa privada é “boazinha”, quer tirar da
Petrobras o “sacrifício” de ter de explorar áreas do pré-sal que “ não são tão
interessantes”…
Ora, ninguém vai furar sete mil metros de profundidade, em
rochas corrosivas e mar alto, se for para pegar uma moringa de petróleo. Área
do pré-sal economicamente viável é muito diferente de poços que, sim, a
Petrobras pode e deve entregar à iniciativa privada, porque rendem pouco e não
justificam a dispersão de esforços, como já se faz com centenas de poços exaustos
em terra.
O presidente do IBP, como fez hoje a imprensa brasileira,
quer dar o golpe do João Sem-Braço: dizer que as empresas privadas vão fazer
“um favor” à Petrobras.
É sinal que perderam e, agora, mudam o discurso da
“eficiência” para o da “modéstia”.
Tadinhos.
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