Luis Nassif
Os últimos dias casaram decisões fundamentais para o desenho
das eleições de 2014, e a celebração dos direitos na Constituição cidadã. Em
seu artigo, FHC limitou-se a criticar o
apego do STF ao formalismo das leis e exigir a punição.
Mas é o de menos. O importante é a leitura política do
artigo.
Ontem, após o anúncio do pacto Eduardo Campos-Marina Silva,
pareciam claros os caminhos que ele e Aécio Neves irão seguir daqui por diante:
1. Campos reforçará o discurso de “melhorar o que já
existe”.
2. Se não conseguir desenvolver um discurso alternativo, o
PSDB ficará cada vez mais prisioneiro do bordão único do “antipetismo”.
O artigo de FHC não deixa dúvidas quanto a isso: não
conseguirá.
Esse impasse programático me fez lembrar dois analistas.
Um, o ex-presidente José Sarney, talvez o político de maior
“feeling” da República que, em 2009, concedeu-me entrevista analisando os novos
tempos de organizações sociais e de Internet, da crise da política convencional
e dos partidos, dos paralelos entre Getúlio e Lula. Sobre 2010, foi taxativo: o
PSDB acabou, não conseguirá se preparar para os novos tempos; a oposição
nascerá do seio das forças que apoiam o governo Lula.
O segundo, o trabalho de André Singer sobre o lulismo, logo
após a mudança de governo. Ele compara com os Estados Unidos pós-Roosevelt. Em
alguns momentos da história, diz ele, alguns líderes trazem um discurso tão
forte que mudam a agenda política. Até partidos de oposição, se quiserem
conquistar o poder, terão que se pautar pela nova agenda. CONTINUE LENDO
Nenhum comentário:
Postar um comentário