Cantor e compositor explicou sua posição sobre o movimento Procure Saber, que defende autorização prévia para a publicação de biografias; "entendo que alguns artistas, algum cidadão, queira preservar a sua intimidade, não acho que isso seja uma aberração, acho que é um direito", disse ele; "agora, se a lei tá errada, se eu tô errado, tudo bem, perdi"; lição de humildade
18 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 06:54
247 - Em Paris, onde escreve um novo romance, o cantor e compositor Chico Buarque falou ao jornalista Lucas Neves, colaborador da Folha na França, a quem explicou sua posição sobre o movimento Procure Saber, que defende autorização prévia para a publicação de biografias. "Posso não estar muito bem informado sobre as leis e posso ter me precipitado, mas continuo achando que o cidadão tem o direito de não querer ser biografado", disse ele (leia aqui a íntegra).
No entanto, Chico Buarque reconhece que perdeu o debate. "Parece que essa ideia está perdendo na mídia. O que a gente pretendia era deixar as coisas como estão, no sentido de se poder preservar a privacidade de qualquer cidadão, não me refiro a artista. É uma discussão que é até bom que seja levada adiante, mas não nos termos em que as coisas estão acontecendo. Já virou batalha num nível muito pessoal – e desigual. Não adianta querer dizer que os artistas são famosos. Nós somos pequenos nessa briga. Repito: posso ter me enganado. Eu julgava que eu estava tendo uma posição sensata", afirmou. "Entendo que alguns artistas, algum cidadão, queira preservar a sua intimidade. Não acho que isso seja uma aberração. Acho que é um direito."
O ponto defendido por Chico Buarque é a proteção à intimidade dos artistas, mas ele admite que o debate foi perdido. "Ele [o artista] pode não querer que se fale de um casamento, de algum problema da infância. São problemas que não são levados pelo artista ao público, que ele toma o maior cuidado,quer preservar para si. Acho respeitável. Agora, se a lei tá errada, se eu tô errado, tudo bem. Perdi."
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