Quem for assistir à peça “Vênus em visom”, que estreia hoje
no Teatro Leblon, vai encontrar uma Bárbara Paz bem diferente da Edith de “Amor
à vida”. A intérprete da mulher de Félix (Mateus Solano) aparece ruiva e
despudorada em um jogo de sedução com pitadas de sadomasoquismo.
— Ela é uma atriz que vai fazer teste para uma peça e joga o
tempo inteiro com o diretor. Há um tom de duelo entre eles, que mistura
sedução, humilhação e poder — conta Bárbara, que divide a cena com Pierre
Baitelli, que também está na trama das nove como o médico Laerte.
O texto do americano David Ives despertou o interesse de uma
forma curiosa na atriz.
— Meus amigos que assistiram ao espetáculo em Nova York
voltavam dizendo que a personagem tinha tudo a ver comigo. Então, fui atrás
para saber quem estava com os direitos da peça e descobri que Cinthya Graber
estava produzindo, mas ainda não tinha atriz nem diretor. Acabei entregando um
prato cheio para ela — brinca Bárbara, referindo-se ao marido, o diretor do
espetáculo, Hector Babenco.
Trabalhando pela segunda vez sob a batuta dele — a primeira
foi na peça “Hell”. Em 2010 — a atriz afirma que estão bem mais entrosados.
— Agora a gente se conhece muito no trabalho, ele sabe como
é o meu processo de criação. É um trabalho de parceria — afirma ela, que fica
ruiva, graças ao cabelo falso e a uma tintura lavável, que remove todas as
noites.
Apesar do clima quente do espetáculo, a atriz afirma que o
texto tem uma mistura de gêneros, incluindo o humor.
— O que deixa as coisas leves também. Isso é bom, porque se
faço drama na novela, posso mesclar com um pouco de humor no teatro — diz Bárbara,
que não tem problemas em unir a TV com o palco: — Só me acrescenta, me deixa em
constante processo de criação. O trabalho não me cansa. O que me cansa é o
ócio. (G1-Extra.Globo)
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