Morto chora no próprio velório
O professor e
radialista Lúcio Bonfim Bastos Barreto,
que foi chefe de relações públicas e depois diretor de turismo no
primeiro governo de José Falcão (1973/1976) era tido como um grande orador
político. Companheiro de Lúcio, o irreverente José de Senna Lima confessa-lhe
num dos muitos encontros no “Boteco do Regi” que o deseja como orador de seu
sepultamento. Sempre gozador, cobra o impossível: ser testemunha – viva – desse
momento único.
Lúcio explica
que não pode fazer isso, em face de ele, José Lima, não ter morrido. Naquela
segunda-feira, quase meio-dia no disputado
“Boteco do Regi”, José Lima convence Lúcio a simular como seria o
discurso. Esparrama-se sobre a mesa do snooker
e, com mãos entrelaçadas e olhos fechados, ouve o orador.
No decorrer a
fala de Lúcio Bonfim, o fazendeiro Afonso Martins, tio de Lúcio, e que
sempre visitava o boteco no dia da grande feira-livre interrompeu o “velório” e
suplicou:
- “Pára, Lúcio! O homem não está se aguentando mais. Ele está chorando,
de verdade...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário