terça-feira, 21 de maio de 2013

BOATO SOBRE BOLSA FAMÍLIA EXIGIU APARATO AMPLO E "PROFISSIONAL"


Por Eduardo Guimarães
Ainda há pouco o que dizer de concreto sobre a origem do boato literalmente criminoso de que o programa Bolsa Família seria suspenso, mas, preliminarmente, pode-se tirar algumas conclusões interessantes desse episódio.
Em primeiro lugar, o fato de que o boato expôs a importância do benefício para um setor extremamente amplo da sociedade.
Para mensurar a importância do programa, basta dizer que 13 milhões de famílias (um contingente de cerca de 50 milhões de brasileiros) são beneficiadas pelo seu orçamento de quase 25 bilhões de reais.
As multidões que, angustiadas, foram arrastadas às agências da Caixa Econômica Federal pela informação falsa mostram que qualquer grupo político que, no poder, tente desidratar o programa para atender ao clamor da mídia conservadora, está fadado ao suicídio político.
Em editorial desta quarta-feira, por exemplo, o jornal Folha de São Paulo, assim como tantos outros veículos alinhados à direita do espectro político, pede que o pré-candidato tucano Aécio Neves defenda a extinção do Bolsa Família publicamente.
O texto, como de costume laudatório ao PSDB, reclama de que Aécio “Reluta, ainda, em assumir uma dicção mais liberal com denúncia ácida de seu aspecto assistencialista”.
O “ainda” contido nessa frase dá margem a muita reflexão. Sugere que aquilo que o jornal chama de “denúncia ácida” do “aspecto assistencialista” do Bolsa Família ainda ocorrerá…
Como se vê, o PSDB pode até ter um discurso de que, no poder, iria manter o Bolsa Família, mas os interesses que estão por trás desse grupo político esperam dele que interrompa o investimento de um volume tão grande de recursos só para ajudar pobres, caso vença a eleição do ano que vem.
Nesse aspecto, a comoção em torno do boato mostra que a eleição de um governo tucano poderia resultar em grave comoção social, caso programas sociais como o Bolsa Família fossem desidratados ou até extintos.
Em segundo lugar, a escolha das regiões Norte e Nordeste como alvos do boato revela clara intenção política por trás dele.
Uma das perguntas mais significativas que se faz, é a seguinte: por que só Pará, Piauí, Paraíba, Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Amazonas e Tocantins foram atingidos se o Bolsa Família está presente no país inteiro? CONTINUE LENDO

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