quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

ECOS DA MICARETA - IV

Esperando a micareta 2013


Em 1954, dois anos depois da ideia ter sido concebida pelos irmãos Dodô e Osmar Macedo, Feira de Santana conheceu seu trio-elétrico, o "Patury", por iniciativa de, "seo" Péricles, da tradicional Família Soledade  - Silo, Theomar, dona Olga (bom dia Maquinho Soledade), etc.
No caminhão de sua propriedade, com o qual fazia transporte de cargas para o recôncavo, Péricles colocou instrumentos musicais fabricados por José Urbano Cerqueira, "um artesão de instrumentos que trieletrizam multidões", como se dizia de "seo" Maninho.
Assim, na micareta de 1954, com nove figurantes devidamente uniformizados e exibindo uma guitarra, um cavaquinho, um baixo, duas caixas, dois tambores e dois bombos, o "Trio-elétrico Patury" cercado pela multidão apareceu na antiga Rua Direita, o "quartel general" da folia executando músicas como a marcha-rambo de Lamartine Babo que dizia na letra:

"O teu cabelo não nega, mulata,
Porque és mulata na cor.
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata eu quero o teu amor..

A partir de 1971, quando a prefeitura assumiu toda a festa, acabando com o tradicional "livro de ouro", a maior micareta do Brasil foi invadida por trios, tanto os locais, como o "Guarany" e outros de cidades vizinhas, mas principalmente da capital, à frente Osmar e Dodó, Disco Voador, Espaçonave, etc, levando o folião à loucura, com as letras de Caetano Veloso:

"Não se perca de mim,
Não se esqueça de mim, 
Não desapareça.
A chuva tá caindo,
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça.
Não saia do meu lado,
Se gruda em meu pierrô molhado... 
  

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