terça-feira, 22 de janeiro de 2013

TEMPORÃO AO 247: "NÃO SE PODE ACEITAR HIGIENISMO"


Sanitarista e ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão entra na polêmica sobre decisão do governador Geraldo Alckmin de autorizar internação compulsória de viciados em crack em São Paulo; "Se for apenas para tirar o problema da vista das pessoas, a medida será inócua e contra os direitos das pessoas"
22 DE JANEIRO DE 2013 ÀS 02:51
247 – O sanitarista e ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão se somou aos protestos dos que são contra a autorização, dada pelo governo de São Paulo, para a internação compulsória de viciados em crack. "Isso pode passar a ideia de higienismo, que serve apenas para tirar um problema da vista das pessoas", disse ele ao 247. "Da maneira como isso está sendo feito, somos contra, apesar de toda a complexidade do problema". A autorização de internação compulsória foi determinada pelo governado Geraldo Alckmin, do PSDB. Temporão é filiado ao PT.
O ex-ministro não considera suficiente a autorização da família e de médicos para a internação de viciados contra a vontade deles. "Isso é pouco. Acho que o Ministério Público também deveria ser chamado a acompanhar essas internações. O ideal seria a sociedade debater mais, formar um grande foro para tratar essa questão".
Temporão admite que a solução para a situação dos viciados é bastante complexa. "O crack é um flagelo que assola o País, mas os males causados pelo alcoolismo, por exemplo, são muitos maiores, e deles pouco se fala". Para Temporão, "há posições respeitáveis dos dois lados dessa questão, a favor e contra internação compulsória, mas nos moldes como está sendo feita em São Paulo desperta a suspeita de higienismo. Não dá para concordar".

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