sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

HIPOCRISIA E CINISMO SEM LIMITES

Por Zé Dirceu
Em função da campanha e das denúncias que tentam envolver o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o PSDB protocolou duas representações contra ele - uma na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, e a outra no Ministério Público Federal de Brasília (MPF-DF).
Ambas praticamente com a mesma argumentação: à Comissão, o partido pede a abertura de processo administrativo para a apuração da conduta do ministro "em razão da possível prática de ato atentatório contra os princípios éticos que norteiam as atividades dos órgãos superiores da Presidência da República e da quebra de decoro por parte do representado"; à Procuradoria, solicita a abertura de inquérito civil para investigação de suposta prática de improbidade por parte do ministro.

Ou seja, nas duas representações, o PSDB se insurge e ataca o exercício legal e normal de atividades profissionais do cidadão Fenando Pimentel. Desempenhadas, registre-se, no período em que ele não ocupava cargo público, entre 2008, quando terminou o seu mandato de prefeito de Belo Horizonte, e 2011, quando ele assumiu o ministério.


Se valesse o pretexto, ex-governantes não poderiam trabalhar


Pura hipocrisia e cinismo dos tucanos, portanto. Vejam, se assim fosse, se tivesse de prevalecer a argumentação deles, nenhum ex-integrante de governos poderia exercer atividades profissionais. Muito menos seus próprios companheiros, os tucanos que hoje atuam em empresas, ou são empresários, e no mercado financeiro, em bancos. Afinal, todos sabemos que membros de alta plumagem do tucanato fundaram até alguns bancos.

Nem os ex-presidentes da República ou de bancos públicos e demais órgãos governamentais que ocuparam essas funções nos governos deles poderiam dar palestras ou exercerem qualquer atividade empresarial ou profissional.

Trata-se, portanto, de um jogo político cujo objetivo é atingir a presidenta da República e seu governo. Paralisar sua gestão e administração e dividir sua base. Querem fazer composições políticas e administrar com estes mesmos partidos - como já fazem nos Estados que governam, a exemplo do que se vê em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, para ficar em três exemplos.

Nos Estados em que governam os tucanos não seguem essa regra que querem considerar ilegal quando se trata de ministros do governo federal. Tanto que todos seus ex-secretários de Estado exercem suas atividades profissionais e empresariais normalmente depois que deixam o governo

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