terça-feira, 10 de maio de 2011

JEITO DE MATO


Jeito de Mato

Paula Fernandes

De onde é que vem esses olhos tão tristes?

Vem da campina onde o sol se deita.

Do regalo de terra que teu dorso ajeita.

E dorme serena, no sereno e sonha.


De onde é que salta essa voz tão risonha?

Da chuva que teima, mas o céu rejeita.

Do mato, do medo, da perda tristonha.

Mas, que o sol resgata, arde e deleita.


Há uma estrada de pedra que passa na fazenda.

É teu destino, é tua senda.

Onde nascem tuas canções.

As tempestades do tempo que marcam tua história

Fogo que queima na memória

E acende os corações.


Sim, dos teus pés na terra nascem flores.

A tua voz macia aplaca as dores

E espalha cores vivas pelo ar.

Sim, dos teus olhos saem cachoeiras.

Sete lagoas, mel e brincadeiras.

Espumas, ondas, águas do teu mar.

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