Na contramão dos planos do PT, Lula associou-se à pretensão do PMDB de indicar o próximo presidente do Senado, a ser eleito em fevereiro de 2011.
Em movimento deflagrado na semana passada, o petismo passou a “exigir” que as presidências das duas Casas do Legislativo sejam negociadas em conjunto.
Deseja-se reproduzir no Senado o pré-acordo que prevê o rodízio no exercício da presidência da Câmara –dois anos para o PT, dois para o PMDB.
Contrário à pretensão, o PMDB reagiu em dois lances. Num, relançou José Sarney para sua quarta presidência no Senado.
Noutro, festejou a formação de um megabloco na Câmara com PMDB, PP, PR, PTB e PSC. Se vingar, soma 202 deputados.
Em diálogos privados, Lula diz que o PT erra ao esticar a corda. Precipita um debate que só deveria entrar em pauta no início do próximo ano.
Acha que o acirramento de ânimos, inconveniente e prematuro, perturba o processo de composição do ministério de Dilma Rousseff.
Quem ouviu Lula ficou com a impressão de que ele defende para 2011 a reprodução do acordo que vigorou no seu governo.
Refere-se ao acerto que possibilitou o revezamento entre o petê Arlindo Chinaglia e o pemedebê Michel Temer na presidência da Câmara.
Insinua que, no Senado, o PT deveria respeitar o “regimento”, que atribui à maior bancada o “direito” de indicar o presidente. Exatamente como quer o PMDB.
Alheio à vontade de Lula, o petismo mantém, por ora, as lanças levantadas. Na Câmara, tenta por em pé um bloco à esquerda.
O PT planeja unir-se ao PSB, PCdoB e PDT. Se chegar a um acordo, disporá de um aglomerado de 165 votos. Menos que os 202 do bloco rival.
De resto, o petismo passou a esgrimir uma tese segundo a qual a maioria do PMDB no Senado é “relativa”. Um dos operadores do PT esmiuçou o raciocínio ao repórter.
Disse: no papel, o PMDB vai dispor de 21 senadores na próxima legislatura. Dois são dissidentes: Jarbas Vasconcelos (PE) e Luiz Henrique (SC).
Dois, por “independentes”, não oferecem ao governo a segurança do voto: Pedro Simon (RS) e Roberto Requião (PR).
Outros dois, com problemas na Justiça Eleitoral, têm os mandatos ameaçados: Marcelo Miranda (TO) e Gilvan Borges (AP).
Arrematou: excluindo-se dissidentes, independentes e ameaçados, a “bancada efetiva” do PMDB cai de 21 para 15 senadores.
Acrescentou: na hidpdótese de Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) virar ministro, o suplente José Eduardo Dutra, presidente do PT, assume a vaga de senador.
Nesse caso, a bancada do partido, que elegeu 14 senadores, também passaria a dispor de 15 cabeças. Daí a insistência com que o partido de Lula reivindica a reprodução no Senado do rodízio previsto para a Câmara.
Nas suas conversas privadas, Lula deixou antever a intenção de agir para serenar os ânimos. Revelou-se surpreso com o excesso de animosidade.
Nos últimos oito anos, sempre que Lula levou o seu prestígio ao tabuleiro do Congresso o PT perdeu algo.
Na Câmara, Lula "fabricou" uma presidência para Aldo Rebelo (SP), do minúsculo PCdoB. No Senado, prestigiou Sarney, contra o petista Tião Viana (AC).
Escrito por Josias de Souza
Em movimento deflagrado na semana passada, o petismo passou a “exigir” que as presidências das duas Casas do Legislativo sejam negociadas em conjunto.
Deseja-se reproduzir no Senado o pré-acordo que prevê o rodízio no exercício da presidência da Câmara –dois anos para o PT, dois para o PMDB.
Contrário à pretensão, o PMDB reagiu em dois lances. Num, relançou José Sarney para sua quarta presidência no Senado.
Noutro, festejou a formação de um megabloco na Câmara com PMDB, PP, PR, PTB e PSC. Se vingar, soma 202 deputados.
Em diálogos privados, Lula diz que o PT erra ao esticar a corda. Precipita um debate que só deveria entrar em pauta no início do próximo ano.
Acha que o acirramento de ânimos, inconveniente e prematuro, perturba o processo de composição do ministério de Dilma Rousseff.
Quem ouviu Lula ficou com a impressão de que ele defende para 2011 a reprodução do acordo que vigorou no seu governo.
Refere-se ao acerto que possibilitou o revezamento entre o petê Arlindo Chinaglia e o pemedebê Michel Temer na presidência da Câmara.
Insinua que, no Senado, o PT deveria respeitar o “regimento”, que atribui à maior bancada o “direito” de indicar o presidente. Exatamente como quer o PMDB.
Alheio à vontade de Lula, o petismo mantém, por ora, as lanças levantadas. Na Câmara, tenta por em pé um bloco à esquerda.
O PT planeja unir-se ao PSB, PCdoB e PDT. Se chegar a um acordo, disporá de um aglomerado de 165 votos. Menos que os 202 do bloco rival.
De resto, o petismo passou a esgrimir uma tese segundo a qual a maioria do PMDB no Senado é “relativa”. Um dos operadores do PT esmiuçou o raciocínio ao repórter.
Disse: no papel, o PMDB vai dispor de 21 senadores na próxima legislatura. Dois são dissidentes: Jarbas Vasconcelos (PE) e Luiz Henrique (SC).
Dois, por “independentes”, não oferecem ao governo a segurança do voto: Pedro Simon (RS) e Roberto Requião (PR).
Outros dois, com problemas na Justiça Eleitoral, têm os mandatos ameaçados: Marcelo Miranda (TO) e Gilvan Borges (AP).
Arrematou: excluindo-se dissidentes, independentes e ameaçados, a “bancada efetiva” do PMDB cai de 21 para 15 senadores.
Acrescentou: na hidpdótese de Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) virar ministro, o suplente José Eduardo Dutra, presidente do PT, assume a vaga de senador.
Nesse caso, a bancada do partido, que elegeu 14 senadores, também passaria a dispor de 15 cabeças. Daí a insistência com que o partido de Lula reivindica a reprodução no Senado do rodízio previsto para a Câmara.
Nas suas conversas privadas, Lula deixou antever a intenção de agir para serenar os ânimos. Revelou-se surpreso com o excesso de animosidade.
Nos últimos oito anos, sempre que Lula levou o seu prestígio ao tabuleiro do Congresso o PT perdeu algo.
Na Câmara, Lula "fabricou" uma presidência para Aldo Rebelo (SP), do minúsculo PCdoB. No Senado, prestigiou Sarney, contra o petista Tião Viana (AC).
Escrito por Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário