domingo, 9 de maio de 2010

O POETA DA GENTE NESTE DOMINGO - VI


MINHA VELHICE
Antônio do Lajedinho

Minha velhice chora incerteza,
bebe o presente amargo em negra taça
onde a visão do porvir só é tristeza:
resto de fogo, cinza e fumaça.

Minha velhice arrota sua grandeza
quando a lembrança lhe move uma devassa
no passado de rara e sã beleza
onde a virtude se une e a abraça.

Quando jovem a vida era o futuro
a certeza de um porto seguro
que a velhice não pode sonhar.

Fui jovem, sou velho... o que esperar?
Para os jovens a morte é u'a surpresa.
Para os velhos ela é u'a certeza.

Antonio Moreira Ferreira - o poeta e escritor Antonio do Lajedinho

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