O estilo Ciro de atrair apoios
Por Ricardo Noblat
Espantosa a vocação do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) de criar problemas para ele mesmo.
Foi assim na eleição presidencial de 2002. Chegou a aparecer bem nas pesquisas de intenção de voto. Aí, em entrevista a uma rádio da Bahia, chamou um eleitor de burro.
Mais tarde, durante uma entrevista coletiva em São Paulo, tentou fazer gracinha diante da pergunta sobre o papel da atriz Patrícia Pilar em sua campanha.
Patrícia é mulher dele.
A resposta de Ciro não foi engraçada - foi de mau gosto.
Depois disso, a candidatura desceu a ladeira.
Na última sexta-feira, em entrevista à Rádio Eldorado, Ciro disse:
- Nunca mais vou ser deputado na vida. Não tenho mais paciência de passar nove horas conversando fiado e não fazendo nada pela vida de ninguém.
Como alguém pode aspirar a atrair o apoio de colegas e de partidos com provocações grosseiras como essa?
Se ele como deputado "não fez nada pela vida de ninguém" foi porque lhe faltou competência. Ou interesse. Ou empenho. Ou paciência. Ou tudo junto.
Ciro transferiu para São Paulo seu domicílio eleitoral a pedido de Lula, e imaginando que contaria em troca com a boa vontade dele.
A candidatura ao governo de São Paulo sempre fora de mentirinha só para assustar o governador José Serra (PSB).
Ciro esperava que Lula cedesse o passe de alguns partidos pequenos para apoiar sua candidatura a presidente.
Lula retribuiu a gentileza de Ciro encaixando-o na comitiva que visitou o projeto de transposição das águas do rio São Francisco.
Prometeu carregá-lo doravante em todas as viagens que fizesse acompanhado de Dilma Rousseff. Em seguida arquivou a promessa.
A direção nacional do PSB estuda a melhor hora e a melhor forma para anunciar seu apoio à candidatura de Dilma.
Ciro foi deletado.
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