quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O SERTÃO NA ARTE DE JURACY DÓREA

A figura do vaqueiro é o tema dominante na obra de Juraci Dórea. Tanto que na visão sensível do escritor feirense Dival Pitombo, “Seu vaqueiro é o D. Quixote da caatinga. Seus bois lembram pássaros. Há sugestões de asas na vertigem das suas vaquejadas. Quase que se pode ouvir a mágoa do aboio, partindo dos seus boiadeiros visivelmente marcados de uma violência telúrica...”
É simplesmente o sertão que Juraci Dórea vai mostrar na próxima quarta-feira (9) durante vernissage e lançamento do álbum, dando continuidade ao projeto Memórias – Pintores de Feira de Santana. A iniciativa é da fundação Carlo Barbosa. O evento está programado para as 20h, no Museu Regional de Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana, localizado no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca).
De acordo com Lucy Barbosa, presidente da entidade, já foram contemplados com o projeto os artistas plásticos Carlo Barbosa (Em Memória), Gil Mário, Cesar Romero e Leonice Barbosa. Agora é a vez de Juraci Dórea, cujo catálogo bilíngüe português/francês, com tradução de Maria Lenilda Carneiro David, traz informações sobre o artista e sua obra.
O trabalho de Juraci Dórea tem fortes ligações com o sertão e, mais especificamente, reflete aspectos da civilização do couro, cujos vestígios ainda estão presentes em Feira de Santana, onde reside. Ele vai expor cerca de 30 trabalhos, incluindo os temas Histórias do Sertão, Fantasia Sertaneja e Cenas Brasileiras, a série que desenvolve atualmente.
A técnica utilizada é o acrílico sobre tela, além de técnica mista (carvão e desenhos). Segundo o artista, nesta exposição ele apresenta diversas fases. “É como uma retrospectiva de tudo que produzi durante todos esses anos”, revela. A obra de Juraci Dórea, desenvolvida desde o início dos anos 60, é bastante diversificada. Mas um dado permeia as várias facetas do seu trabalho: a cultura popular sertaneja.
Coordenada por Carlos Brito, a exposição fica em cartaz até o dia 31 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12h e das 14 às 18h. Conta com o apoio do Procultura, por meio da Fundação Egberto Costa, Auto Viação Princesinha e Rotary Clube Feira Leste.
Criada em 2002, por iniciativa da família, A Fundação Carlo Barbosa visa preservar a obra do artista e divulgar o trabalho de pintores feirenses. A Fundação, de acordo com Lucy Barbosa, está aberta a todas as pessoas interessadas em pesquisar a obra do pintor feirense, falecido precocemente.
Batalhadora, incansável no que diz respeito á preservação da obra do artista e irmão, Lucy Barbosa informa que encaminhou projeto para O “Criança Esperança“, para desenvolver um trabalho com crianças e adolescentes portadores do vírus da Aids.” A idéia é dar um novo sentido à vida dessas pessoas, oferecendo variados cursos como pintura sobre tela e tecido, mosaico, dentre outros. Se for aprovado, o projeto terá duração de um ano”, completa.

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