NAQUELA FEIRA
Sexta-feira, no CDL, com grande
presença, a professor Adnil Falcão autografou o livro “Olhares Sobre Newton
Falcão”, narrando a trajetória do seu pai. que entre tantas atividades foi
prefeito de Feira eleito em novembro de 1970. No décimo e ultimo capitulo,
inúmeros depoimentos “Outros Olhares...”, começando com “Sonho para uma Feira
do Futuro”, deste observador da vida feirense.
Por
força de mudança na legislação, determinando que prefeitos e vereadores eleitos
em 1970 tivessem mandatos de apenas dois anos, muitos políticos pelo país afora
adiaram o sonho de um dia assumir a Prefeitura de sua cidade, deixando os dois partidos existentes
A
Arena, por exemplo, tinha um quadro qualificado e amplo. Três deputados e oito
vereadores, além de inúmeros partidários no primeiro escalão da Prefeitura e em
órgãos importantes do governo estadual. Seu candidato, entretanto, não foi
nenhum dos militantes que estavam atuando no legislativo ou no executivo.
Homem
de negócios que nunca havia disputado uma eleição coube a Newton da Costa
Falcão a tarefa de representar seu partido na sucessão municipal. Imagino duas
razões que o levaram a abraçar a causa: a resposta sempre positiva do eleitorado
à Família Falcão em todas as disputas eleitorais que participou e o seu amor a
terra onde nasceu.
A
primeira razão se confirmou com o resultado das urnas, ao ser proclamado
vencedor. A segunda veio com o anuncio
do secretariado dias antes da posse. Entre os nomes, o do professor Antonio
Manuel de Araújo, para a Secretaria de Finanças, a pasta mais importante da
estrutura administrativa da Prefeitura.
Ao anunciar um ex-vereador,
ex-candidato a prefeito e principalmente membro do “primeiro time” do MDB, partido
adversário, Newton Falcão ensinou que numa cidade com vocação de metrópole, acima
das disputas paroquiais estava a
necessidade de formar uma grande equipe para comandar seu destino.
O
curto mandato de Newton Falcão iniciado em 31 de janeiro de 1971, coincidiu com
o meu ingresso na sucursal do “Diário de Notícias” para cobrir o noticiário
geral da cidade, já que no jornal “Feira Hoje” atuava como repórter esportivo.
Foram dois anos acompanhando seu governo ao
lado de Edival Souza, Lucilio Bastos, Socorro Pitombo, Zadir Porto e outros
companheiros. Afora quando estava em viagem de trabalho, todas as tardes, ao
lado a filha Adnil que chefiava o gabinete, o alcaide nos recebia. Falava da
rotina administrativa, dos projetos em andamento e do seu sonho para a Feira do
futuro.
Recordo
Newton prefeito, pensando no amanhã de sua terra. Sem nunca perder a esperança,
foram dois anos batendo na porta de órgãos estadual e federal pela implantação das
redes de esgotos sanitários e de águas pluviais. À sua luta a Feira deve o inicio das duas importantes
obras.
Com cerca de 130 mil habitantes na sede - l90 mil
em todo município conforme o IBGE, a
cidade vivia um tempo de progresso e já avançava o “anel de contorno” com a sua
vocação pelo crescimento horizontalmente.
Quanto mais a cidade assim se expandia, mais Newton se empenhava por obras de saneamento. Tão obstinado que não cansava de repetir sem medo de perdas políticas, mas pensando acima de tudo no futuro: “Não calçarei nenhuma rua enquanto os serviços não forem implantados”.
Em todas as ações de Newton se evidenciava a presença de um prefeito pensando no amanhã da cidade. Seu primeiro ato foi enviar a câmara projeto de lei majorando os salários dos servidores, incluindo os garis, pois até então todo funcionalismo recebia menos de um salário mínimo. O ultimo, também visando o funcionalismo, foi deixar pronta a folha do 13º salário antes nunca pago.
Viajo no tempo, retorno ao começo dos anos
setenta e reencontro os munícipes, curiosos, rumando em direção ao Paço
Municipal, onde muitos já aplaudem com orgulho, o caminhão que acaba de chegar
trazendo uma enorme máquina, que alguém detalha como sendo um L-2000.
Era
o prefeito Newton Falcão colocando a administração pública do município na era
do computador... (Adilson Simas)”
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