Por Fernando Brito
A briga entre Marcelo Odebrecht e o pai, Emílio, que foi
parar na Justiça paulista, começa a produzir provas explícitas do grotesco
mecanismo de coação e deformação dos processos da Lava Jato, em Curitiba.
A reportagem de Felipe Bätchtold na Folha deixa claro que as
correspondências de Marcelo Odebrecht – entregues pela empresa para provar que
ele a está chantageando, para receber mais dinheiro – mostram que os
procuradores lavajatistas ameaçavam com novas ações contra a empreiteira se ele
conseguisse ser solto por alguma ordem judicial e como o teor das declarações
era “combinado” para atender às conveniências da empresa.
Ou, explicado em linguagem clara: as delações foram
“compradas” segundo a vontade de quem detinha o dinheiro e o deu em pagamento:
a Odebrecht.
Como disse o jurista italiano Luigi Ferrajoli, hoje uma das
maiores inspirações do penalismo brasileiro, houve nos processos da Lava Jato
uma “ausência impressionante de imparcialidade por parte dos juízes e
procuradores que o promoveram”.
Mas eles só foram assim porque tiveram para lhes dar suporte
para tantos atropelos toda a mídia e quase todo o Poder Judiciário.
A era Moro foi a destruição de já parca imparcialidade da
Justiça, da qual brotou o cenário de estupidez que domina o país. COMENTÁRIOS
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