Por Fernando Brito
Ingressar no Governo Bolsonaro, como no terceiro canto do
Inferno de Dante Alighieri, é como cruzar um umbral onde o poeta imaginou a
frase : “Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!”
O senhor Carlos Decotelli não segue destino diferente no
Ministério da Educação.
Nem posse tomou, já é bombardeado por suspeitas em uma
licitação bilionária, formação acadêmica controversa e suspeitas de plágio
escandalosas.
De nada adiantou a simpatia inicial que mereceria um
ministro negro, com aparente vocação para a ciência e a pesquisa e, ainda mais,
um homem negro, para ajudar-nos a dar mais um passo para a igualdade de
oportunidades que tanto nos falta em questões étnicas.
Entra miúdo num governo que se apequena e, independente de
um talento de gestor que até hoje não demonstrou, terá pouco a fazer de útil.
Pois tudo isso é sinal que, como ocorreu com Nélson Teich –
a quem não faltava, entretanto, reconhecimento como profissional da área médica
– Decotelli carece de luz própria e, por isso está destinado a recolher-se e
ser conduzido pela política antieducacional do bolsonarismo.
Ou, então, ser devorado por ele.
Assumir algum cargo neste governo que se desfaz, moral e
politicamente, é como deixar a mediocridade e ingressar na vilania.
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