Por Fernando Brito
Os sites da direita estão cheios – e logo a grande mídia
estará também – de opiniões de “especialistas” dizendo que Lula não pode
recusar o regime semiaberto.
Dupla bobagem.
A primeira, jurídica: o regime semiaberto é condicional, não
o de ampla liberdade. Basta não aceitar as condições – a tornozeleira
eletrônica, por exemplo – que ele deixa de existir. Ponto final.
A segunda, política: Lula estaria, com isso, atenuando as
culpas da Lava Jato em seu processo, pois o lavajatismo alega que isso é a
prova de não se lhe negam direitos comuns a outros presos.
Não, Lula não é um preso comum, porque não há crime de
corrupção ou de lavagem de dinheiro que se possa provar contra ele: foi julgado
por atos indeterminados e porque, alegou-se, era o mantenedor de esquemas de
corrupção na Petrobras que nenhum dos corruptos – e confessos – teve como
afirmar que aproveitavam ao ex-presidente.
O crime que Lula cometeu é o de estar disposto e em
condições de vencer as eleições.
Mas se dele conseguiram tirar as condições legais de voltar
à direção do país, às condições políticas não conseguiram.
Preso há um ano e meio, com tudo o que lhe fazem os três
poderes da República e o poder imperial da mídia ele segue sendo o centro do
processo político.
E dele não sairá.
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