Por Fernando Brito
A carta do Papa Francisco a Lula, divulgada hoje por Monica
Bergamo, na Folha, não é apenas gentil e piedosa, mas reveladora do quanto a
situação anômala do Brasil repercute pelo mundo.
Ela é cheia de referências sutis de encorajamento do
Pontífice ao ex-presidente, não apenas ao valorizar suas opiniões sobre a
situação brasileira – o que fez numa carta a Francisco, há dois meses – que,
diz o Papa, “me será de grande utilidade”, mas, a pretexto da Páscoa, convidar
Lula a sentir a “alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o
bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a
condenação”.
Até quando consola Lula pelas perdas que sofreu – a mulher,
Marisa, o irmão e o neto – o Papa manda mensagens: “quero lhe manifestar minha
proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar
confiando em Deus”.
Lá de Roma, Francisco percebe o que alguns aqui não vêem:
Lula não está preso por seus defeitos ou eventuais comportamentos pessoais –
nunca provados -, mas pela referência que é para o povo braileiro.
O martírio, do ponto de vista cristão não é “ser santo”, é
preferir morrer a renunciar naquilo em que acredita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário