sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

UM POUCO DO NATAL


Por Adilson Simas
Lido no programa "Primeira Página" - Rádio Povo
Na quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Universal, abrangente, calorosa ­ assim é a festa de Natal, que envolve a todos. Uma das mais coloridas celebrações da humanidade, é a maior festa da cristandade, da civilização surgida do cristianismo no Ocidente. Época em que toda a fantasia é permitida. Não há quem consiga ignorar a data por mais que conteste a importação norte-americana nos simbolismos: neve, Papai Noel vestido com roupa de lã, botas, castanhas, etc.

Até os antinatalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá. Uma estrelinha de Belém na porta de casa, uma luzinha, um mimo para marcar a celebração da vida, que é o autêntico sentido da festa. Independente do consumismo, tão marcante, o Natal mantém símbolos sagrados do dom, do mistério e da gratuidade. 

Na origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm da distante Idade Média, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno inverno do Hemisfério Norte, no último século antes de Cristo.

A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo Papa Júlio 1º para o nascimento de Jesus Cristo como uma forma de atrair o interesse da população. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção.

Conta a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria a luz a Jesus, o filho de Deus. Na véspera do nascimento, o casal viajou de Nazaré para Belém, chegando na noite de Natal. Como não encontraram lugar para dormir, eles tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e cabras, Jesus nasceu, sendo enrolado com panos e deitado em uma manjedoura.

Pastores que estavam próximos com seus rebanhos foram avisados por um anjo e visitaram o bebê. Três reis magos que viajavam há dias seguindo a estrela guia igualmente encontraram o lugar e ofereceram presentes ao menino: ouro, mirra e incenso. No retorno, espalharam a notícia de que havia nascido o filho de Deus.

Desde a sua origem, o Natal é carregado de magia. Gritos, cantigas, forma rudimentar do culto, um rito de cunho teatral, o drama litúrgico ou religioso medieval ganha modificações no decorrer dos séculos.

Dos templos, a teatralização ganha praças, largos, ruas e vielas, carros ambulantes, autos sacramentais e natalinos.

Na evolução da história está a compreensão de todos os símbolos de Natal que são os seguintes: árvore, presentes, velas, estrelas, cartões, comidas típicas e o presépio.

A Árvore - Representa a vida renovada, o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes, cheias de vida. Essa tradição surgiu na Alemanha, no século 16. As famílias germânicas enfeitavam suas árvores com papel colorido, frutas e doces. Somente no século 19, com a vinda dos imigrantes à América, é que o costume espalhou-se pelo mundo.

Os Presentes - Simbolizam as ofertas dos três reis magos. É um hábito anterior ao nascimento de Cristo. O Ano Novo romano tinha distribuição de mimos para crianças pobres.

As Velas - Representam a boa vontade. No passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam receptivos.

A Estrela - No topo do pinheiro, representa a esperança dos reis-magos em encontrar o filho de Deus. Foi estrela guia que os orientou até o estábulo onde nasceu Jesus.

Os cartões - Surgiram na Inglaterra em 1843, criados em forma de  cartas rápidas para felicitar conjuntamente os familiares.

As Comidas típicas - O simbolismo que o alimento tem na mesa vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus.

Por fim o Presépio que reproduz o nascimento de Jesus. O primeiro a armar um presépio foi São Francisco do Assis, em 1223. Conta a lenda que São Francisco de Assis, querendo comemorar de maneira condigna o nascimento de Jesus, entendeu de fazer uma representação do maior acontecimento da Cristandade.

Obteve licença do Papa e fez transportar para uma gruta um boi, um jumento e uma manjedoura, colocando o menino Jesus sobre a palha, ladeado pelas imagens de Nossa Senhora e São José.

Dentro da gruta São Francisco celebrou uma missa, assistida por um grande número de frades e camponesas das redondezas. Durante o sermão, pronunciou as palavras do Evangelho:

 "colocou-o num presépio, apareceu-lhe nos braços um menino todo iluminado", e a partir daí, a representação dos presépios tornou-se comum e espalhou-se por todo o mundo.

Segundo registros históricos,  em 1391 as ordens religiosas, principalmente freiras de Portugal deram maior dimensão ao presépio e que no Brasil, mais precisamente em Pernambuco ele surgiu por volta do século VI no Convento Franciscano em Olinda.

Segundo alguns historiadores, "com o passar dos anos, o presépio, que era representação estática do nascimento de Jesus Cristo, até os fins do século VIII, começou a ter a sua forma animada pelas pastorinhas.”.

O pastoril significa "cantos, louvações, loas, entoadas diante do presépio na noite do Natal, aguardando-se a missa da meia-noite, seguindo-se ofertas, louvores, pedidos de bênção

O ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal, 24 de dezembro, e vai até o Dia de Reis, em 6 de janeiro. Segundo o poeta, para acompanhar esse período, é preciso manter a ingenuidade de uma criancinha, a esperança de um amanhecer ensolarado, a ternura de um botão de rosas e a leveza de uma linda borboleta no ar.
Termino com a mesma pergunta-resposta do meu tempo de criança: Como se chama o homem  que se encarrega de construir o Presépio de Natal?
Armando Nascimento de Jesus...

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